quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Henry Ford no Pará!



Os carros da linha de produção do gênio, claro, exigiam pneus e diversas outras peças feitas de borracha. Só entre 1920 e 1922, a quantidade de matéria-prima necessária para fabricação de pneus saltou de 19400 para 67100 toneladas, segundo o livro Grande Capital e Agricultura na Amazônia – A Experiência Ford no Tapajós, de Francisco de Assis Costa. A borracha, obtida do látex extraído de seringueiras plantadas na Ásia, era monopólio inglês. E Ford tentou driblá-lo. Aproveitou um estudo feito havia quatro anos pelo governo americano sobre a possibilidade de obter látex no Brasil, chamado American Rubber Mission, e resolveu criar um braço amazônico para sua companhia. A idéia megalomaníaca incluiu a construção de duas cidades à beira do rio Tapajós, no Pará. Mas foi marcada por uma sucessão de erros que culminaram em 18 anos de trabalho jogados fora e um prejuízo de 9 milhões de dólares da época (ou mais de 130 milhões de reais atuais).

O fracasso começou na largada, já na obtenção do terreno. Sabendo do interesse americano por terras amazônicas, o cafeicultor Jorge Dumont Villares ganhou do governo do Pará áreas em sete pontos diferentes. Ao recepcionar a comitiva de funcionários da Ford enviados ao estado, mostrou apenas seus próprios terrenos ao longo do rio Tapajós. A concessão de 1 milhão de hectares (equivalente ao tamanho da cidade de Goiânia) poderia ter sido obtida gratuitamente direto com o governo, assim como Villares havia conseguido. Mas Henry Ford pagou 125 mil dólares ao cafeicultor. A Fordlândia nascia, dessa forma, de um golpe dado pelo brasileiro no americano em cima de um terreno montanhoso – e ainda por cima impróprio para seringueiras.
A rigidez de costumes fazia com que a cidade deixasse de ser um lugar interessante para morar. A rotatividade entre os trabalhadores era, assim, muito grande. Mas, para os que lá ficavam, havia formas de diversão às escondidas, como a cachaça contrabandeada (vinha dentro de melancias pelo rio) e as festinhas animadas na chamada “ilha dos inocentes”, do outro lado do Tapajós – que de ilha e de inocente não tinha nada. Lá, bebida e prazer eram liberados. Para isso, prostitutas chegavam de Santarém e de Belém.

Eu quero é farinha

E foi ali, no coração da Amazônia e por causa das diferenças culturais, que ocorreu talvez o único motim antiespinafre da História. Em 1930, explodiu no refeitório da Companhia Ford Industrial do Brasil uma rebelião, conhecida como “quebra-panelas”. Os caboclos se revoltaram contra a obrigatoriedade de comer espinafre quase que diariamente – queriam peixe, feijão e farinha. Em meio a gritos de “abaixo o espinafre”, colocaram os americanos para correr e prometeram fazer greve. “Em uma noite, os dirigentes da Ford Motor Company aprenderam mais sociologia que em anos de universidade”, afirma o escritor e advogado Clodoaldo Vianna Moog em Bandeirantes e Pioneiros: Paralelo entre Duas Culturas.

Na mesma época, a plantação de seringueiras foi atacada pelo mal-das-folhas, fungo que reduzia a produção de látex e acabava até por matar a árvore. Estudos anteriores à implantação de Fordlândia indicavam que a floresta era capaz de proteger a árvore dessa praga. Isso porque a distância entre uma seringueira e outra diminuía a intensidade do ataque. Mas isso não acontecia no local. “Eles plantaram as árvores como se fossem eucaliptos, bem diferente da estrutura de uma floresta”, afirma Marinho Andrade, produtor do documentário Fordlândia, ainda sem data de estréia no cinema.

O ritmo da implantação dos seringais também era baixo. Em 1929, havia 400 hectares de plantação. Em 1931, o volume cresceu apenas para 900. Muito inferior ao planejamento inicial: 200 mil hectares de seringueiras e rendimento médio de 1500 quilos de borracha por hectare. Só em 1932, depois do fracasso da baixa produtividade, a companhia decidiu contratar um especialista no cultivo de borracha. Chegou por lá o botânico James R. Weir, que havia trabalhado na American Rubber Mission.

Weir sugeriu, em 1936, a troca da área de Fordlândia por outra em Belterra, a 48 quilômetros de Santarém. Lá, o terreno era mais bem drenado, com mais vento e menos umidade – condições desfavoráveis à propagação do mal-das-folhas. Um outro núcleo urbano foi construído e alguns erros, reparados. O traçado das plantações ainda era retilíneo, mas as mudas não eram locais, e sim trazidas do antigo Ceilão (atual Sri Lanka). O projeto ganhou novo fôlego. Mesmo assim, a produção era baixa, os trabalhadores reclamavam da alimentação e da falta de liberdade. Uma vila vizinha a Belterra fazia as vezes da “ilha dos inocentes”, e a falta de mão-de-obra permaneceu.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, muita coisa havia mudado. O principal – e determinante – fator para o fim do sonho de Ford no Brasil foi o surgimento da borracha sintética, que passou a ser largamente produzida em países como Japão, Alemanha e Rússia e que tornou a borracha natural menos interessante. Além disso, a idéia de terceirização surgia e já não era mais necessário se preocupar com o todo da produção de um automóvel. Em 1945, Henry Ford, sem nunca ter pisado em suas terras brasileiras, resolveu deixar de lado a Amazônia e vendeu por 250 mil dólares as cidades ao governo brasileiro, com tudo o que restava nelas. Hoje, Fordlândia está praticamente abandonada, tomada pelo mato. Belterra, pela proximidade com Santarém, tornou-se um município um tanto maior, com cerca de 17 mil habitantes.

I Come Back!


Voltei ao bloguinho mais solitário da web, hehehe,.depois de passar longos meses com outros afazeres virtuais, retornarei à postar neste meu antigo diário virtual!. Bem, como já proposto anteriormente, aqui terá de tudo, desde de comentários de minha vida pessoal, até assuntos interessantes que eu ache que vale a pena postar por aqui, no mais..É bom estar de volta!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Unificação do fuso-brasileiro..


Se já não bastasse a letargia de nossos "queridos" políticos brasileiros, quando os mesmos se "põem" pra trabalhar, o fazem para tentar dificultar ainda mais a vida da população. Uma proposta de lei que tramita no congresso de autoria do senador-baré Artur Neto (da nossa terra ainda, é mole?) pretende unificar o fuso-horário do país (copiando o exemplo da China), ficando o de brasília, para todo território nacional. O principal objetivo da aprovação do mesmo, seria para os serviços bancários e para "um melhor desenvolvimento econômico para as cidades que estão fora do horário oficial do país", ficando as cidades da mesma, em igualdade com as demais, dentre outros objetivos citados. Sinceramente achei muito pouco plausíveis essas justificativas, pois se a maior potência da atualidade no mundo, o Tio Sam, respeita seus fusos e sua economia não é prejudicada em nenhuma de suas regiões, por que aqui esse "prejuízo" existiria?!.É perdendo tempo com coisas absurdas e inúteis como essa, que os políticos brasileiros não fazem nada de bom para nossa população, exceto para seus cofres pessoais, e nada mais. O que fazem eles além de "investigar" uns aos outros (as CPI´s e os escândalos sazonais), propor leis inúteis e fúteis e aprovar orçamentos?!...mais nada, leis para melhoria da vida da população?!nada. Como já estão mexendo na natureza e na geografia brasileira, querendo mudar os fusos, daqui a pouco os mesmos vão querer parar as enchentes amazônicas, proibir a pororoca, dentre outras coisas. Quem se prejudicaria mesmo nessa história seriam nossos vizinhos acreanos, que iriam ter que levantar duas horas mais cedos pros seus afazeres diários, aff!!

Mortes e Multilações na construção civil do Amazonas...

A omissão criminosa e o silêncio são cúmplices dos atores referentes às mortes e mutilações dos trabalhadores nesse processo.A informação que descobri recentemente num blog interessante e muito bom daqui da cidade (http://www.ncpam.com/) é que no Manauara Shopping (obra recém inaugurada em Manaus) “foi contabilizado 10(dez) isso mesmo, 10 mortos desde o início das obras, sem contar os que ficaram inválidos, e outros casos menos graves. O último caso é de uma pessoa que foi baleada dentro do shopping a vista de muitos. Mas, o porquê dessas informações não saírem publicamente? Com certeza, para não manchar a imagem de um shopping que representa o status da classe média alta amazonense. Assim, realmente este shopping ficará marcado na memória de muitos, e sem dúvidas, das famílias dos que perderam seus entes queridos na construção de mega empreendimento. A ponte Manaus-Iranduba também já contabiliza uma média de pelo menos 8 mortos e dezenas de acidentes com afastamento e invalidez. Fonte dos dados acima, (segundo o blog citado): Engenheiros Civis envolvidos nos dois projetos, mas que preferem manter seus nomes preservados, pois se seus superiores souberem poderão sofrer a "morte" de seus empregos.O crescimento da indústria da construção civil em Manaus é insofismável e a questão da segurança e capacitação de mão-de-obra nesse setor da economia é algo indispensável ,é dever das empresas e do estado controlar e garantir a seguranças aos trabalhadores, principalmente nesse momento de crise econômica, quando a construção civil passa ser a apresentada como a solução para remediar a perda dos postos de trabalhos nas diversas regiões do Brasil.

domingo, 21 de junho de 2009

Made in Amazônia..


Muito se diz do Brasil no exterior, como o país do futebol, do samba e das mulatas, como se estas fossem as únicas identidades do país, o que não é verdade, pois, talvez até, pelas dimensões continentais do nosso pais, podemos nos considerar um pais multicultural, temos o Frevo em pernambuco, o bumbá-meu-boi no Maranhão, o axé na bahia, o carimbó no Pará, dentre muitas outras manifestações culturais do país, que por sinal e riquissimo nesse quesito.A identidade cultural do Amazonas ou da Amazônia é o boi-bumbá, festival que mostra o duelo entre os bois Garantido e Caprichoso. Tendo como pano de fundo, a maior floresta tropical do mundo, que tem sua cultura e natureza exaltada no mesmo. Apesar da temática louvável e ótima em defesa da Amazônia, acho que o festival fica bastante repetitivo todos os anos,deixando o mesmo, na minha opinião, saturado..uma alternativa a isso talvez fosse a realização do mesmo de dois em dois anos..é uma idéia que acho essencial para a sobrevivência do festival (e péssima para economia do município a curto prazo), pois preservaria mais a temática e geraria mais expectativas(entre os anos) aos seus fãs, tendo o bois também, bastante tempo para lançarem e divulgarem seus cd´s (que é um fracasso atualmente) e trabalharem em seus projetos de arena, para otimizar ainda mais as apresentações e alavancar melhor a festa. Pelo menos esta é minha opinião. A Band mostra o festival ao vivo nos dias 26, 27 e 28 de junho para todo Brasil , que vença o melhor! (que este seja o caprichoso,rs!).

Parintins?!só ano que vem...


Parintins para mim, só ano que vem, e o que mais me entristece é que esse ano estava bastante propício pra que eu fosse..meus amigos aqui da rua todas vão, tendo inclusive alugado um barco para a festança na ilha, não estou trabalhando no momento e não terei aula nos dias de viagem(ida e volta) e de festival mas em compensação tenho a entrega de dois relatórios nos dois dias seguintes à uma eventual chegada da festa, que possuem status de impotantíssimos para minha formação esse ano.Sendo assim, os mesmos acabaram me deixando "fora de combate"!, logo esse ano,sempre alguma coisa pra "babar",fiquei muito frustrado, e mais frustrado ainda por que terei que ver o festival pela TV e vou ter que aguentar a língua descontrolada do DATENA, personagem do último post,rs, aff, é muito castigo, espero que ano que vem ,enfim, possa conhecer esse festival tão maravilhoso e lindo (apesar de ser aqui da minha terra) ao qual nunca vi pessoalmente.A expectativa sempre foi essa também nos anos anteriores,rs!!

O Homem-Sensacionalismo...

Se tivesse um cara em nosso país para eleger como o rei do "sensacionalismo" este certamente seria escolhido o senhor apresentador da Tv Bandeirantes José Luis Datena, acredito que não preciso justificar o porquê desse rótulo ao mesmo, pois todos já assistem ou assitiram ao programa do mesmo e sabem que o que digo é verdade.O mesmo combate a tão famigerada violência e ganha audiência em decorrência dela, chega até a soar hipócrita isso,um sujeito que "combate" algo que lhe traz retorno(ponha retorno nisso). Pois bem, há 2 dias, presenciei uma parte do programa dele em que um rapaz tinha sido flagrado com um carro parado no meio de uma rua movimentada de São Paulo, a princípio, não sabendo do que se tratava, cogitou-se que o mesmo tinha(ou estava) passado mal ou algo do gênero, depois descobriram que ele tinha sido baleado e notando que não havia nenhuma movimentação para socorre-lo, ele gritou no ar: -TÁ MORTO,-TÁ MORTO, -MORREU,- MORREU..e repetiu várias e várias vezes com seu sensacionalismo de sempre, como se tivesse de fato vendendo uma mercadoria (que não deixa de ser)..pra mim, como profissional, deveria ter sido demonstrado respeito ao recém-falecido, algo que passou longe da atitude de Datena, mostrando o quão insensível o mesmo é..fora a necessidade de estar sempre no centro das atenções, confirmado pelos "cortes" excessivos às noticias de seus reporteres(que mal podem falar). Em pensar que ele vai transmitir o festival de Parintis, aff...!